O que é Fitoterapia

A história da fitoterapia se confunde com a história da farmácia, em que até o século passado medicamentos eram basicamente formulados à base de plantas medicinais.

O descobrimento das propriedades curativas das plantas foi, no início, meramente intuitivo ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas ervas cura para suas afecções.

Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers encontrou um rolo de papiro. Após ter decifrada a introdução, foi surpreendido pela frase: “Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo humano”. Provou-se, mais tarde que este manuscrito era o primeiro tratado médico egípcio conhecido.

Atualmente pode-se afirmar que, 2.000 anos antes do aparecimento dos primeiros médicos gregos, já existia uma medicina egípcia organizada.

Dentre as plantas mais utilizadas pelos egípcios é indispensável citar o zimbro, a semente de linho, o funcho, o alho, a folha de sene e o lírio.

Os conhecimentos médicos iniciados no antigo Egito divulgaram-se mais tarde para a Mesopotâmia. Em 1924, na Inglaterra, os técnicos do Museu Britânico conseguiram identificar 250 vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas eram conhecidas pelo médicos babilônios. Nos pergaminhos da época são citadas ervas como o cânhamo indiano, utilizado como analgésico, nos casos de reumatismo.

Foram sobretudo os gregos, e mais tarde os romanos, que herdaram e aperfeiçoaram os conhecimentos egípcios. Hipócrates reuniu a totalidade dos conhecimentos médicos de seu tempo no conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hipocraticum, onde, para cada enfermidade, descreve um remédio vegetal e o tratamento correspondente.

No início da era cristã, Dioscórides inventariou, no seu tratado De Materia Medica, mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral ou animal.

Finalmente, o grego Galeno, ligou o seu nome ao que ainda se denomina “farmácia galênica”, onde as plantas não são mais usadas na forma de pó e sim em preparações, nas quais são usados solventes como álcool, água ou vinagre, e servem para conservar e concentrar os componentes ativos das plantas, sendo utilizadas para preparar ungüentos, emplastros e outras formas galênicas.

O longo período que se seguiu, no Ocidente, designado por Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por rápidos progressos científicos.

Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação e da observação direta, com as grandes viagens para as Índias e a América, que se deu origem a um novo período de progresso no conhecimento das plantas e suas aplicações.

No início do século XVI o médico suíço Paracelso, tentou relacionar as virtudes das plantas com as suas propriedades morfológicas, sua forma e sua cor. Conhecida como a ” teoria dos sinais” ou “teoria da similitude”. Paracelso considerava que uma doença se podia curar com aquilo que com ela tivesse semelhança. Este pensamento não era original do médico suíço, pois os índios da América do Sul e, possivelmente indígenas de outros continentes, tinham as mesmas idéias sobre os sinais das plantas e suas relações com o valor curativo.

A partir de século XV houve uma preocupação em catalogar um grande número de vegetais, identificando-os e classificando-os de acordo com a procedência, e características dos princípios ativos.

Finalmente, os esforços de classificação culminam, em 1735, com a publicação do Systema Naturae, de Lineu.

Nos dias atuais, o estudo das plantas está muito difundido, originando o surgimento de diversos centros de pesquisa na área, principalmente nas Faculdades de Farmácia, e a cada dia apresentam-se trabalhos científicos sobre as plantas, sua composição e a sua ação terapêutica, bem como a melhor forma galênica de apresentação e utilização.

Fonte: http://www.abifisa.org.br

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